domingo, 14 de agosto de 2011

Brunch Nordestino ou o renascimento do Azulejo

Ano passado, seguindo a dica de Marcelo Katsuki, fui conhecer o Azulejo Pernambucano. Gostei tanto que voltei algumas vezes no Brunch que André Palma servia aos sábados. E desgostei quando ele fechou o espaço e voltou pra terrinha. Fiquei aguardando o prometido retorno. Que enfim aconteceu.
Mês passado chef André voltou com seu Brunch aos sábados na Estação Caneca, na Frei Caneca, pouco abaixo do shopping. E nessa semana passada fui lá almoçar.
Como cheguei tarde, umas 15h, o lugar estava vazio. Deu pra reparar que o maior ganho que ele teve com a mudança foi com espaço. Agora o salão comporta bem mais pessoas que os fundos da academia de antigamente. O lugar pode não ser tão relaxante como o anterior (nada como luz natural pra alegrar o espírito) mas está arrumado e confortável.
O brunch continua no mesmo esquema, duas opções de suco, castanhas de caju pras boas vindas, quatro pratos quentes e sobremesas a vontade. Café de coador pra encerrar bem a refeição.
Outro ganho da mudança parece que foi com o serviço. Os pratos chegaram bem mais rápido nessa visita. Nem tinha encostado nas castanhas, chegou o Caldinho de Feijoada. Esse foi o prato que mais gostei nessa jornada, feijão carioca mesmo, não era o preto, e dentro do caldo, pequenos pedaços de torresmo crocante distribuiam sabor.
Logo veio o segundo prato, mudando a ordem chegou a Casquinha de Siri. Desse já não gostei tanto, achei um pouco seco, poderia estar mais úmido. Mas ok, considerando o agravante de eu não ser daqueles fãs de casquinha de siri.
Seguindo, o Purê de batata doce com calabresa acebolada. Outro acerto do cardápio. O doce suave do purê equilibrou bem o salgado da calabresa. Nunca tinha pensado em combinar os dois ingredientes. E deve ser simples de se fazer mesmo em casa.
Encerrando os salgados, o Cuzcuz com toscana. Confesso que esse prato ficou abaixo de minhas expectativas. Explico: imaginava receber um cuzcuz bem úmido, cozido no vapor, soltinho, sabor suave e macio. Imaginava que, como no prato anterior, um cuzcuz macio e molhado equilibraria a linguiça E veio outro estilo, crocante e seco, mais parecido com uma farofa de milho do que com esse cuzcuz de meu imaginário. Linguiça com farofa não estava de todo mal, o problema foram as expectativas. E por ser o segundo prato com linguiça no mesmo menu.
Por fim, as sobremesas. Comparando com o velho Azulejo, havia menos opções disponíveis no buffet. Da minha parte tudo bem, o Bolo de Rolo estava lá, era o que me bastava. Além dele, havia nessa visita bolo de banana (não provei), bolo de milharina (peguei dois pedaços, estava muito bom!), mousse de maracujá (bom), delícia de abacaxi (boa), cocada mole (também boa) e compota de goiaba (um tanto doce demais pro meu gosto, mas ainda assim boa).
Epílogo: o café de coador. Estava bom, mas com uma lasca de rapadura seria perfeito.
Tudo isso por R$ 35. Sai muito satisfeito de lá. Depois de acertar as contas, fui perguntar de André, pra falar com ele, passar as impressões. E o garçom disse que ele não estava por lá. Talvez isso explique os pequenos deslizes que em minha opinião ocorreram. Se volto? Claro! Preciso tirar a prova com o chef na casa. No antigo espaço ele tinha demonstrado competência, por que num espaço com mais estrutura seria diferente?