domingo, 16 de agosto de 2009

Pão italiano no Giramondo

Giramondo Café. Conheço Aldo e Ana praticamente desde que eles abriram a portinha na Rua Marconi no Centro. Batia ponto lá toda manhã, antes de chegar ao escritório, pro desjejum ainda de cara amassada de dormir no fretado. Era um momento feliz do dia, pão na chapa bem feitinho, crocante, manteiga colocada só depois da chapa, pra não queimar a manteiga, que tem ponto de "cottura" baixo, de acordo com Aldo. Já provei de praticamente todo o cardápio. Mudanças ocorreram, fornecedores que faliram, novidades que chegaram, mas a essência continuou e continua a mesma: bom atendimento e qualidade dos produtos. Mais de 400 cafés servidos por dia, e ainda lembram nome e preferências de boa parte da clientela. Meu café sempre sai bem curto, sem colher, como gosto, sem que eu precise pedi-lo assim.

Sanduíches deliciosos, os frios são cortados na hora do preparo, não ficam fatiados oxidando na geladeira. O Bologna, de mortadela Ceratti, 125 gramas bem pesadas, é melhor que o do Mercadão, ganha no frescor do embutido, no equilíbrio da proporção com o pão, e pela deliciosa salsa picante que o acompanha. Pra sobremesa, que torta de milho é aquela! Cremosa, uma delícia. Vicia, consuma com moderação.

Mudei de empresa, passei 4 anos longe de lá, passando sempre que possível pra matar a saudade. Abriram filial na Paulista, cada vez mais movimentada, e eu lá longe. Quando soube que viria passar temporada na região, a expectativa de voltar a frequentar este lugar delicioso era grande. Contava os dias. Até calendário com a contagem regressiva preguei na parede. E cá estou, a 4 minutos do meu balcão de café preferido.
Quanto ao futuro, duas dúvidas tenebrosas: quando termina minha temporada na Paulista, e aonde conseguirei meu pão italiano com manteiga de todo dia?

La Caballeriza

Já que estou trabalhando hoje, sábado 16/8/2009, horas a fio, resolvi ter um jantar decente.
Minha primeira opção, Pub Kei, fechou pro jantar às 22h00, achei que dava pra comer depois disso, mas só fica o karaokê aberto. E eu doido pra provar do missô lamen deles. Fica pra outro dia.
Ia eu pro Generale, mas lembrei que amanhã volto pra cá, e devo comer por lá. Mudei então o rumo pra paralela Al. Campinas e entro no La Caballeriza.
Já passava das 22h, e o restaurante estava vazio, poucas mesas ocupadas. Fico com uma mesa redonda toda a meu dispor.
Passo o couvert, e vou direto a uma porção de chinchulines (R$ 14,00), no cardápio descritos como "miúdos de bezerro", pra chocar menos, porque chinchulines são uma parte do intestino, ou algo assim. Coisinha meio mais ou menos, parecia que estava comendo a tripa da linguiça, com um creminho dentro. Seria melhor ter começado com morcillas, sempre me caem bem.
Pra beber, um Elsa Bianchi Malbec 2006 (R$ 30,00), escolhido por recomendação da casa na faixa de preço dele. Muito alcóolico na prova, respirando um pouco melhorou. Um vinho ok, leve, levemente frutado, pouco tanino, pouco aromático, pro dia a dia pra bebericar conversando sem maiores compromissos, manteve-se bem durante o jantar, mas acho que faltou-lhe corpo e complexidade pra acompanhas a carne da noite.

Não tinha ainda acabado com a entrada, e chega o Purê (R$11,00) e a estrela do prato: o Bife de Chorizo(R$ 31,00), 250g ao ponto pra mal passado, como pedi quando o garçom perguntou do ponto da carne. Rosado sem estar crú, ótimo por dentro, mas uma torradinha por fora não faria mal. Assim como poderia ter mais uns 3mm de gordura na capa, enriqueceria o sabor. Ademais, carne gostosa, bem macia e tenra. Quando pedi a pimenta do reino ficou melhor ainda, o sabor enriqueceu, e só então a memória deste gosto me levou a Buenos Aires.

Virtualmente em Puerto Madero, levemente elevado pelo vinho, um duo de bandoneón e violão começou a tocar no mundo real. Essa viagem me fez valer a noite, apesar dos pesares.

Update: Metade da garrafa do vinho veio pra casa, e ficou bem no outro dia com a Fricazza que apareceu por aqui. Massa era mesmo mais a cara dele.

Ainda o Pub Kei

Prometi lá atrás falar do Lamen do Pub Kei, mas os intensos dias na empresa não me permitiram. Cumpro só hoje.
O Lamen do Pub Kei: fanático que sou por lamen, voltei ao restaurante só pra provar do prato. E vamos lá, sento ao balcão, peço o Shoyu Lamen da casa. Devoro o gostoso tiragosto que a casa oferece, o molho com missô estava uma delícia.

Pouco depois vem a bela tigela com o Lamen. Gostei da apresentação, ao vivo era melhor que na foto, o nori veio em flocos, em vez da tradicional folha. Mexida básica no caldo, colherada à boca, e a explosão de sabor me contagia. Realmente um caldo magnífico, cheio de personalidade! O nori em flocos espalhou seu sabor, juntou-se às carnes, os condimentos, o resultado foi um caldo complexo, realmente delicioso.

Seguindo o ritual, vamos ao macarrão: al dente, mas quentinho e saboroso, outra delícia. Lamen daqueles de limpar a tigela, não sobra uma gota do caldo (ah, Tampopo...)

E o melhor, o Lamen é dos pratos mais baratos do jantar, custa R$20,00. Ok, tem lamens mais baratos na LIberdade, mas pela combinação Paulista + Lugar bacana + Entradinha + Caldo Delicioso (principalmente), eu acho que vale muito a pena. E coloco no Hall dos grandes lamens da cidade.

sábado, 15 de agosto de 2009

O Curry do Pub Kei

Desde que o Bicho noticiou que a Curry House não voltaria a abrir, mas tinha deixado herdeiros da receita, tenho espreitado o Top Center, já que trabalho por aqui. E enfim, o Pub Kei reabriu. Tinha uma semana da reinauguração, passei lá e a porta estava aberta. Entrei, e vi que o ambiente estava bem melhor, remoçado, com cara de restaurante, balcão de Sushi, tudo novinho. Pego um banco no balcão e examino o cardápio: nada de curry. À pergunta: "Tem curry?" recebo resposta positiva: "Tem sim!" e recebo o cardápio do almoço. E lá estavam eles, Katsu Curry, Curry Udon, Curry Rice. Só não vi o Kinoko Curry, nem o Hard Lamen, esses ficarão na saudade.
Pois bem, se o objetivo era comprovar a herança, vamos no de sempre, menchikatsu curry. E vamos lá. Primeiro chega uma entradinha de raiz de lótus com mostarda e beringela, bem gostosa.

Eu não sabia dessa entradinha e guloso pedi um par de sushis pra provar. Peixes frescos, arroz ok, pouco wasabi, poderia ter mair pro meu gosto. Mas não são ruins não, pelo contrário, estavam gostosinhos e bem apresentados.

E depois os pratos, saladinha, que tinha um molho bem diferente da Curry House, as conservas de cebolinha e vegetais, não tinha aquele gengibre vermelho, um arroz muito gostoso, os menchikatsus com uma aparência deliciosa e sequinha, e a molheira com o desejado curry.
A salada estava boa, o molho deles é gostoso, enfim paro de enrolar e vamos ao principal: Curry. O molho estava com aquela consistência cremosa da Curry House, cheiroso e perfumado. Como não é um restaurante especializado em Curry, não haviam as graduações de potência do molho, que achei bem suave, acostumado com o molho forte que eu era. Mas gostoso. Os menchikatsus realmente estavam sequinhos por fora, e molhadinhos por dentro, rosados ao ponto. Mas de tempero bem suave. Pelo jeito eles dominam a fritura melhor que a Curry House, o que é positivo.
Conclusão, um bom prato, bem feito, mas diferente da saudosa Curry House. E mais caro, R$ 31,00, mas saí bem satisfeito. Vale a pena pra matar a vontade de curry, mas fiquei com mais saudade de meu curry forte, que não deve voltar mais...

Voltei outro dia ao lugar pra comer do Lamen deles. Vale um post a parte, aguardem.