Confesso dois pecados frequentes: gula e preguiça. Este blog é testemunha de ambos, a gula é óbvia, a preguiça vem na hora de postar, demoro bastante.
Da preguiça de tempos em tempos me redimo. Já a gula...
E para me redimir duplamente, escrevo sobre cozinhar no escritório. O que me remete há alguns anos, quando no escritório de Santo Amaro faziam troça de minha tralha de chimarrão. Diziam que eu tinha uma cozinha na mesa, e quarta era dia de feijoada lá mesmo. Era engraçado.
Calma, leitor, não fiz uma feijoada na mesa. Foi só um lamen instantâneo, estilo Cup Noodles.
Faz algumas semanas, ainda no frio fora de época nesta cidade, no caminho do escritório acabo passando na Liberdade. E compro uma bandeja de bentô e um pote de lamen coreano, sabor Kimchi.
Sobre estas bandejinhas bastantes vendidas na Liberdade: acho que uma parte de minha infância desmoronou. Como Luiz Américo relata, muitas vezes o gostoso de um prato vem das memórias associadas a ele, e era o caso dos bentôs vendidos em bandejinhas de isopor, que quando criança eu achava o máximo, comer uma coisa diferente, numa apresentação diferente, apesar de minha avó cozinhar coisas parecidas quase sempre. Hoje que ela não cozinha mais, vejo que muito do que eu gostava nestas bandejinhas era poder variar, porque seu conteúdo não é nada de mais, estava até um pouco desagradável, o arroz ressecado, a batata frita seca e farinhenta, o tamagoyaki salgado... Nesta temporada na Paulista, acabei provando bentôs de 3 fornecedores diferentes, e o que mais gostei (razoável pra bom, o melhor possível pra matar a saudade da infância) é o mais difícil de achar, não poderia ser diferente. Depois eu anoto e coloco aqui a marca, não a tenho de cabeça, mas se olha pra uma bandeja eu lembro.
Já o lamen coreano de Kimchi foi bom pra variar o cardápio, e me divertir no preparo, que requer alguma logística. Tudo começa ainda na minha mesa, aonde fervo uma garrafa térmica de água na jarra elétrica, coloco toda a tralha numa sacola e desço ao refeitório. Lá monto a mesa, entorno água no potinho e abafo. Enquanto espero, com a água que restou preparo um chá verde (que também saiu da Liberdade), e tiro o plástico da bandeja.
Quando pronto, tenho um macarrão picante, cheiroso e carregado no tempero. Não é tão ardido quanto o de embalagem vermelhona, o que o torna mais adequado pra um almoço no escritório. Que, analisando bem, não é dos mais empolgantes, mas acaba valendo pela diversão de montar tudo isso, variar o cardápio e lembrar um pouco da infância.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
domingo, 1 de novembro de 2009
Bahia Madero
Buenos Aires. Fevereiro de 2009. Pra ajudar o Bicho, que pediu dica desta cidade onde se come tão bem, escavei umas fotos da última viagem que fiz pra lá.
O local: Bahia Madero, em Puerto Madero, que por si só já é dos lugares mais bonitos pra se visitar na capital portenha. Com boa comida, é um programa imperdível.
Naquela época o restaurante tinha um menu com várias opções de entrada, prato principal, sobremesa, café, água, e uma garrafa de vinho para duas pessoas que tinha um preço bem interessante, se bem me lembro, cerca de 80 pesos por pessoa.
Pois bem, vamos comer e beber. O vinho do pacote era um Trapiche Malbec, que no dia tinha acabado, o que nos fez beber do Pinot Noir 2007 da foto, recomendação do garçom. Bem bom, mas acho que um Cabernet Sauvignon cairia melhor com a carne.
Pelo menos não ficou mal com a entrada, um par de belíssimas e grandes bruschettas de salmão defumado e rúcula, que por si já valeria uma refeição. Uma delícia, salmão saboroso, rúcula fresquinha e pão crocante, um desbunde.
Prato principal: bife de chorizo, claro. Acompanhado de berenjenas e papas bravas. Que beringela gostosa, grelhada, um vinagrete bem gostoso por cima, das melhores que já provei, quase melhor que a carne. E o bife de chorizo alto, largo, bem churrasqueado (aprendi que para pedir o bife mal passado, eu peço ele jugoso), dá água na boca de lembrar.
E depois dessas porções fartíssimas, ainda tinha que encarar a sobremesa do menu. Não conseguiria comer outra que não fosse a salada de frutas com sorvete, e mesmo assim quase não consigo, tão grande era a porção que serviram depois deste almoço nababesco. Tão desnorteado estava que esqueci de tirar a foto da taça com as frutas. E do café cargado (também aprendi lá, café forte é cafe cargado).
Enfim, inesquecível para quem foi a Buenos Aires primeiramente para comer carne e beber vinho (o resto era consequencia de estar por lá).
O local: Bahia Madero, em Puerto Madero, que por si só já é dos lugares mais bonitos pra se visitar na capital portenha. Com boa comida, é um programa imperdível.
Naquela época o restaurante tinha um menu com várias opções de entrada, prato principal, sobremesa, café, água, e uma garrafa de vinho para duas pessoas que tinha um preço bem interessante, se bem me lembro, cerca de 80 pesos por pessoa.
Pois bem, vamos comer e beber. O vinho do pacote era um Trapiche Malbec, que no dia tinha acabado, o que nos fez beber do Pinot Noir 2007 da foto, recomendação do garçom. Bem bom, mas acho que um Cabernet Sauvignon cairia melhor com a carne.
Pelo menos não ficou mal com a entrada, um par de belíssimas e grandes bruschettas de salmão defumado e rúcula, que por si já valeria uma refeição. Uma delícia, salmão saboroso, rúcula fresquinha e pão crocante, um desbunde.
Prato principal: bife de chorizo, claro. Acompanhado de berenjenas e papas bravas. Que beringela gostosa, grelhada, um vinagrete bem gostoso por cima, das melhores que já provei, quase melhor que a carne. E o bife de chorizo alto, largo, bem churrasqueado (aprendi que para pedir o bife mal passado, eu peço ele jugoso), dá água na boca de lembrar.
E depois dessas porções fartíssimas, ainda tinha que encarar a sobremesa do menu. Não conseguiria comer outra que não fosse a salada de frutas com sorvete, e mesmo assim quase não consigo, tão grande era a porção que serviram depois deste almoço nababesco. Tão desnorteado estava que esqueci de tirar a foto da taça com as frutas. E do café cargado (também aprendi lá, café forte é cafe cargado).
Enfim, inesquecível para quem foi a Buenos Aires primeiramente para comer carne e beber vinho (o resto era consequencia de estar por lá).
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