sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Considerações sobre o Kan

   A história é meio longa. E nem de fato muito original de minha parte, já que tudo começou com um artigo de Luiz Américo no Estadão.

   Não fui de imediato ao Shin Zushi depois disso, pois o preço relatado assustou um pouco (depois descobri que é o preço normal do Omakasê do restaurante). Mas a vontade ficou guardada em algum canto da memória. E alguns bons meses depois acabei indo ao Shin Zushi meio por ir, já que não sabia se o chef visitante ainda estaria por lá. Balcão quase todo cheio, só um canto livre, imaginei que depois do relatado artigo o mestre estaria ocupado. Para minha surpresa, o canto livre do balcão que tive sorte de conseguir era território de Keisuke san. E como aconteceu com Luiz Américo, recebi de suas mãos um festival de diferentes texturas, sabores, pequenas obras de arte para todos os sentidos. O melhor: achei o preço ok, já que não peguei omakasê, a conta saiu num patamar que considero pagável. A estada de Keisuke san no Shin Zushi durou um ano, e consegui voltar ainda um par de vezes, se bem me lembro.

   Fazia um tempo que não voltava ao Shin, e pelos Instagrams de @botecodojb e @fabmoon fiquei sabendo da inauguração do Kan. Não preciso dizer que fiquei curioso por conhecer o projeto solo de Keisuke san. Infelizmente o artigo que saiu pouco depois no Boteco do JB me desanimou. 400 pratas por cabeça pra jantar fica difícil.

   Já tinha até arquivado a ideia até chegarem tempos melhores quando mais uma vez Luiz Américo surge na história com outro ponto de vista: o restaurante do magnífico itamae não é assim tão inacessível. Juntando então a fome, a vontade de comer e a oportunidade, acabei passando por lá pra jantar. E eu diria que foi uma ótima decisão.

   O lugar da porta pra dentro é simples, pequeno e arrumado como já dito pelos meus guias. E o principal, o trabalho de Keisuke san está lá, com toda sua riqueza de texturas, sabores e formas. Dessa vez acabei nem tirando fotos dos pratos, mas posso dizer que por hora é meu sushi preferido na cidade. Tyutorô, otorô, garoupa, camarão com missô, salmão marinado e fresco (de acordo com ele, importado da Noruega, não do Chile. Não sei se sugestionado, mas achei mesmo diferente), enguia, e não lembro mais que ótimos peixes comi. Todos feitos um a um, ele só liberava o próximo depois que eu comia o que eu tinha à minha frente. Tamagoyaki perfeito pra fechar. 

   O preço: a sequência de 12 niguiris saiu pelos R$ 70 que Luiz Américo apontou. Comparando, achei mais barato que o Shin Zushi, se bem me lembro sequência equivalente de sushis no Shin sai por R$ 85.

   Valeu bastante a pena, eu achei. Pretendo voltar com certeza. Aliás, este post na verdade nasceu de um comentário que eu ia colocar no blog do JB, mas começou a ficar longo. O que faltou que eu ia colocar no blog do JB: acho que omakasê tá pesado mesmo o preço citado, mas se você for ao restaurante tendo como alvo a sequência de niguiris eu acredito que seja melhor uso de seu dinheiro. Tudo depende de seus objetivos afinal.

   Peço aqui licença aqui para citar a conclusão de Luiz Américo:
"Por que este restaurante?
É a experiência mais japonesa que você pode ter em SP.
Vale?
Vale. As degustações e tirashis têm ótima relação preço/qualidade. Se optar por sushis especiais por unidade, cuidado com a empolgação. A porção de 15 fatias de sashimi sai por R$ 100.
SERVIÇO – Kan
R. Manoel da Nóbrega, 76, loja 12, Paraíso
Tel.: 3266-3819
Horário de funcionamento: 11h30/14h e 18h/22h. Dom.: 18h/21h30 (fecha 2ª)
Cc: todos "
   Por fim, na porta da galeria para a rua, encontrei fumando outro cliente que estava no balcão. Ele resolveu puxar assunto, falando bem de Keisuke san, que é um itamae japa legítimo cujo objetivo é servir sushis à maneira mais japonesa possível. Deu pra perceber, como Luiz Américo também percebeu.

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